Produção em
grupo:
Bruna Packeiser
Evalice Souto
Filipe Porhen
Iasmin Esteves
Jéssica Hass
Márcia Flores
Mariana Nunes
Thainá Peluffo
Professor: Fernando Pires.
Modelo: Julia
Felipetto.
Fotografia e edição: Evalice Souto.
Itens
escolhidos para a produção:
Sutiã: Na Grécia antiga havia certa
preocupação com os seios. As mulheres usavam um corpete atado por ilhoses, que
erguia os seios nus, ou uma tira de tecido enrolada sobre o peito, impedindo
que balançassem ao andar. As damas romanas seguiam os passos das
gregas. As jovens enrolavam um pedaço de tecido sobre s seios para conter seu
crescimento, e aquelas co busto avantajado usavam tecido atado ao corpo,
para disfarçar seu tamanho. Na França, no século XII as mulheres usavam um
espartilho de tecido encorpado que estrangulava a cintura e valorizava o busto.
No século seguinte a vitrina de uma costureira especializada em espartilhos
propalava: "Contém os fortes, sustenta os fracos, junta os
separados". No final do século XVI, durante a revolução Francesa, o uso do
espartilho foi abandonado. Os seios eram sustentados por um lenço amarrado
embaixo deles. Durante o Império Napoleônico, Leroy, especialista na confecção
de espartilhos, criou o modelo com barbatanas, que valorizava os seios
separados. Em francês, soutien (sustentáculo, apoio), cuja
raiz é o verbo soutenir (sustentar, segurar), deu origem ao
nome sutiã.
Calcinha: De Eva à Catarina Médici, mulher
nenhuma usou calcinha. Até o século XVI elas achavam desnecessário. Os vestidos
chegavam ao chão e tudo ficava coberto. As egípcias usavam túnicas
transparentes e tinham o corpo totalmente depilado. A calcinha surgiu depois da
Idade Média e Renascença. E por necessidade! Seu aparecimento envolveu traição,
ciúmes, conquistas e pudor. No século XVI, quando as mulheres ainda não usavam
nada por baixo das saias, Catarina de Médici se viu traída por Henrique II, que
só tinha olhos para a bela Diane de Poitiers. Apesar de a pobre Catarina não
ser nada bonita, possuía pernas opulentas para o gosto da época. Então,
resolveu tirar proveito da beleza oculta. Catarina inventou uma maneira nova de
andar a cavalo: Não mais sentada numa cadeirinha, com as pernas juntas, mas
sentada de lado, sobre o cavalo, com as pernas cruzadas. O vento ajudou, a saia
levantou e os olhos de Henrique se esbugalharam diante do que viu. Os ministros
protestaram, Catarina amenizou os revoltosos vestindo, por baixo das saias, um
tipo diferente de calção, duas pernas presas à um cós, sem costura no meio.
Somente as pernas eram cobertas, o resto permanecia de fora. Já era trabalhoso
tirar as saias quando se ia ao banheiro, precisava tirar também o calção?
Afinal, os homens usavam uma fenda vertical na roupa para facilitar o ato.
Mesmo assim houve protestos, não pela modelagem arejada na parte superior, mas
por uma mulher vestir roupa de homem. Estava inventada, não a calcinha, mas o
calção. A igreja lançou invectivas, bispos e cardeais insistiam que as mulheres
deveriam ter as nádegas livres. No início a peça (de tela de algodão ou seda)
era usada pelas cortesãs da época. No final do século XVIII, os calções foram
substituídos por collants dos pés à cintura. Para não insinuar
que as pernas estavam despidas, a cor era amarelada. No início do século XIX, o
calção era enfeitado com rendas e bordados, escondido sob crinolinas e anáguas.
Por volta de 1870, a calça
feminina começou a encurtar. Na Belle époque as pernas
apareceram. (As pernas e algo mais: as bailarinas do cancan não usavam nada por
baixo dos babadinhos, o fato fez a polícia proibir a dança). Com a Revolução da
moda pós Primeira Guerra, os calções deram lugar à calças menores. Finalmente,
na década de 1920 os vestidos curtos impuseram o uso da calcinha. Depois
da Segunda Guerra a calcinha ficou cada vez menor. A cintura desceu, as cavas
aumentaram e ganhou transparência. Atualmente, há modelos para os gostos e
situações.
Robe: A palavra, simplificada do
francês robe de chambre, indica um roupão usado ao sair do banho ou
entre trocas de roupa. Similar ao penhoar, no início do século XIX, ele perdeu
seus enfeites supérfluos, como babadores e fitas, simplicando–se. O robe tem
modelagem simples, costuras retas, frente abotoada ou transpassada, mangas
longas ou meia manga e comprimento variado: abaixo do joelho ou no tornozelo.
Pode ser feito de lã, piquê de algodão ou outro tipo de tecido pesado, pois
tecidos leves são reservados aos penhoares. No século XX os robes deixaram a
intimidade dos quartos para serem usados em toda a casa, especialmente no
inverno, em momentos de descontração.
Meias de náilon: Graças ao náilon, problemas de
elasticidade e resistência foram solucionados, o preço a consumidor diminuiu e
as vendas aumentaram. Em 27 de outubro de 1938 a Du Pont anunciou a descoberta de um material sintético
que superava em resistência e elasticidade qualquer fibra têxtil conhecida até
então. O náilon e a televisão foram as duas grandes novidades apresentadas na
Exposição Mundial em 1939, em Nova
York. A chegada ao mercado foi demorada, pois, em plena Segunda Guerra, toda a
produção norte americana de náilon se destinava aos paraquedas e roupas de
combate. A estratégia de marketing das meias de náilon se iniciou bem antes de
seu lançamento. A Du Pont enviou bobinas de fio de náilon às indústrias
selecionadas do setor, que concordaram em tecê–lo de acordo com especificações
da própria Du Pont.Meias foram distribuídas em pontos de comércio, sob a
promessa de não serem vendidas antes do "Dia do náilon", marcado para
15 de Maio de 1940. A expectativa foi tanta que os jornais informaram que nunca
um lançamento de bem de consumo causara semelhante alvoroço. Filas de
compradoras se formaram antes do comércio abrir as portas. Os estoques logo se
esgotaram, pois os comerciantes não imaginaram tamanho tumulto e disputa pela
mercadoria. Até o final daquele ano foram vendidos três milhões de dúzias de
pares de meias de náilon. Mais recentes que as meias de seda, as de náilon,
dada sua escassez, eram tratadas com cuidado. Em pouco tempo, suas
predecessoras foram esquecidas e as pernas femininas passaram a ser exibidas
como nenhum outro momento da história.
Leque: Cerca de cinco mil anos atrás, os leques, feitos de papiro, folhas
de palmeira ou penas de pavão, eram usados pelas civilizações. No Egito
diferenciavam classes sociais; na China refrescavam, em grande variedade de
formas e materiais. No Egito antigo, grandes leques de papiro se moviam a força
escrava para refrescar seus amos. Pessoas inferiores eram proibidas de pisar na
sombra, projetada pelo leque no solo. Os chineses, mais democráticos no uso do
leque, criaram modelos combinando tecidos de seda, amarração de bambu e cabo de
laca, além daqueles montados com pluma de pavão real, ricos em cores.
Escarpim: Sapato feminino, fechado, com sola fina e
salto, deixando o peito do pé descoberto. Criados em meados do século XIX, é um
modelo clássico que, com o passar dos anos, sofre pequenas alterações, como
variações na altura e grossura do salto, mudanças no formato do bico, decote
mais aberto ou mais fechado diversidade no material e na cor. Seu auge foi nos
anos 1950, com o salto agulha, complementando o estilo chique dos grandes
costumeiros.
Gargantilha: Colar ou enfeite ajustado em volta do
pescoço que reinou como acessório de moda. No século XVIII, Maria Antonieta,
esposa de Luís XVI, usava gargantilhas realçadas por seus grandes decotes. No
início do século XX, a rainha Alexandra, esposa de Eduardo VII da Inglaterra,
usava gargantilha em obrigações oficiais que, dizem, escondia uma cicatriz.
Esse enfeite ainda é usado, sob a forma de jóia valiosa - com pérolas e
diamantes – ou outra gema, bijuteria vistosa ou simplesmente uma fita de
veludo, cetim ou gorgorão, com detalhe na frente um pingente, camafeu ou outro
broche.
Cinta-Liga: Este fetiche, que a praticidade da
meia-calça condenou ao passado, possui poderes imprevisíveis e, às vezes,
impressionantes. Hoje sua função varia de acordo com a necessidade ou intenção.
Para poucas mulheres é usado exclusivamente para sustentar as meias. Para
outras, pura provocação.
A cinta-liga surgiu em 1827,quando Madame Celnart (pseudônimo de Elisabeth
Félicie) em seu Le Manuel des dames, mencionou a existência de ligas
artesanais. Tratava-se de uma dama muito elegante que usava duas fitas, que
partiam da barriga e terminavam com fivelas costuradas, para prender as meias.
No entanto, a glória pela invenção da cinta-liga ficou para aquele que a
aperfeiçoou: Féréol Dedieu,que, em 1876, inventou a liga e, visto uma não
existir sem a outra, a cinta-liga. O motivo do invento foi de ordem médica, já
que ligas ajustadas diretamente sobre as pernas causavam problema de circulação.
Em princípio,a peça não agradou as mulheres.Mas, a partir de 1878, as inglesas,
mais preocupadas com saúde do que com refinamentos, adotaram o sustentador de
meias, usando-o sobre o escarpim. Mais tarde, as presilhas passaram a fazer
parte do espartilho, permitindo que as meias fossem presas de forma
cômoda.Dezenas de anos se passaram antes que a cinta-liga conquistasse a
América. Em Paris, a novidade lutava contra as mudanças na moda. O espartilho,
atais e curvo na barriga, se alongou e se achatou na frente. O corpo da mulher
nunca tinha sido tão apertado, moldado e comprimido, e as quatro presilhas
seguravam as meias e mantinham o espartilho no lugar, obtendo a tão desejada
silhueta em S. A cinta-liga recém inventada caiu no esquecimento. No século XX
o desenvolvimento dos esportes, especialmente o ciclismo e o tênis, gerou a
necessidade de roupas específicas, simples. O comprimento da saia subiu
timidamente até o tornozelo. Poiret criou a linha reta e substituiu o
espartilho pela cinta que afinava a mulher desde a parte de baixo do busto até
o final do quadril. Empenhado em simplificar o guarda-roupa feminino, Poiret
prendeu as ligas na borda da cinta. As meias inicialmente grossas e pretas,
passaram a ser seda natural ou sintética. Graças á Poiret ganharam cor da pele,
champagne, sempre mantidas no lugar graças à cinta-liga, peça que só foi
esquecida com o aparecimento da meia-calça, em 1965. Em1930, a cinta-liga
apareceu pela primeira vez no cinema nas pernas de Marlene Dietrich, em O Anjo Azul.
Estava criado o fetiche: sedução, sensualidade e erotismo envolveram sua
figura.
Fonte de pesquisa:
Livro: Por dentro da moda - Dinah Bueno Pezzol.