3 de setembro de 2014

Zone System - Ansel Adams

O Sistema de Zonas é o método fotográfico desenvolvido pelo fotógrafo norte-americano Ansel Adams no final dos anos 30, em conjunto com Fred Archer. A sua ideia era bastante simples e inovadora: serializar a luz. Isto é posto em prática estabelecendo relações entre os vários valores de luz do sujeito e as correspondentes densidades registradas no negativo. Um conjunto de técnicas oferece ao fotógrafo a possibilidade de registrar no negativo e posteriormente no papel fotográfico valores de luz desejados pelo fotógrafo perante o sujeito fotográfico. 

Na natureza podemos encontrar uma variação de brilhos muitos maiores do que os filmes têm capacidade em fixá-las. A capacidade dos filmes negativos em registrar tons fica restrita a 10 tons diferentes que vão do preto até o branco da base do papel. Esta diferença de amplitude de tons pode ser contornada com a utilização do sistema de zonas. Este sistema consiste em compreender todas as características dos materiais fotográficos e manipular estas características a fim de se produzir uma "representação realista" da imagem. Além desta virtude de facilitar o registro de uma imagem de uma maneira mais completa, este sistema possibilita a criação de uma imagem de acordo com a interpretação de cada fotógrafo, já que conhecendo todas as características do processo temos condições de manipular a produção desta imagem. Para cada efeito desejado para satisfazer uma opção estética devemos saber como alterar o processo padrão para causar este efeito. 

O Conceito de Zonas 

A definição de zonas foi estabelecida de uma maneira metodológica, já que o filme reproduz uma infinidade de tons de maneira linear. O espectro tonal do filme foi dividido em dez zonas e para cada uma destas zonas foi atribuída uma definição de como ela deveria ser representada na ampliação final. 


Para compreender melhor esta escala, pode-se fazer o teste fotografando uma placa de isopor branco. Fotometrando, procurando sempre manter o fotômetro em 5.6 e variando a velocidade. Expondo corretamente seguindo fielmente a leitura do fotômetro. Obteremos assim o Valor 0 (Cinza médio 18%). Depois, é só abrir +0.5 ponto (entre 5.6 e 4). Assim, obteremos o cinza claro. Abrindo um ponto, encontra-se o cinza Claro, abrindo mais um ponto, o Branco real, com a textura do Isopor. Agora partindo da Leitura Normal do Fotômetro (Cinza Médio) fecha-se um ponto, é o cinza escuro, em seguida, mais um ponto, o preto com textura. Este é o fundamento básico de Ansel Adams. 

Aplicação do Zone System na fotografia digital 

Nos tempos dele (anos 30), foi uma técnica usada para calcular desde a correta exposição inicial do filme a revelação final. Nos dias atuais, não usamos uma “sala escura” e usamos muito pouco filme, mas vamos focar no que diz respeito à fotografia digital. Entendendo e aplicando essa técnica, poderemos garantir uma exposição correta em quase todas situações, mesmo em situações contrastantes de luz, com áreas muito escuras e áreas muito claras.O sistema de medição da câmera funciona a fim de transformar a cena em um tom médio de cinza, que tenha uma reflectância de 18%. Se for uma cena que contenha muito brilho, a câmera fará os cálculos para transforma-la em “cinza”, causando uma subexposição. Se for uma cena que contenha muito “preto”, compensara gerando uma imagem superexposta. 
A “zone system” divide a cena em uma escala tonal dividida em 11 zonas (existem algumas variações que trabalham com 9 ou 10). Cada área tonal se encaixa em uma dessas zonas. Cada zona se difere da outra por uma diferença de 1 F-Stop. A zona “V”, que é a zona central, é o tom médio (18% de reflectancia), o tom que nosso fotômetro tentara alcançar sempre. 


Para fotografia digital, o que importa é basicamente o que esta entre a zona III a zona VII. Isso porque a latitude de exposição da maior parte das câmeras digitais apenas abrangem essas 5 zonas. O que estiver fora dessa janela ira ficar ou subexposto ou superexposto.
No exemplo a seguir fica bem fácil de entender. A zona “V”, que é a zona central, ficou bem exposta. A medida que começamos a nos distanciar começa a ficar problemático. Em -3 ou +3 já não existe nenhuma possibilidade de recuperarmos a imagem mesmo tentando usar algum software de edição. 

Usando o Zone System 

Quando vamos fazer uma fotografia, nem sempre, ou melhor ainda, quase nunca, a cena terá uma escala de tons que esteja dentro dessas 5 zonas comportadas pelas nossas câmeras. Frequentemente haverá pelo menos umas 8 ou 9. Partes da imagem com muita luz, partes com pouca. Para descobrirmos qual é a amplitude tonal da cena, basta procurarmos uma parte que seja de uma tonalidade media, ou melhor ainda, a parte que O FOTOGRAFO DESEJA que seja a parte de tom médio. Depois, localizar a parte mais escura e a parte mais clara da cena. Fazemos então as medições dessas três áreas (não se esqueça de usar a “Medição Pontual” da câmera) e calculamos a diferença.

O que fazer quando tivermos mais de 5 zonas na cena?

Na maioria dos casos temos uma amplitude tonal maior. Nesses casos teremos que repensar nossa imagem. Se irá comprometer deixarmos algumas partes ficarem superexpostas ou subexpostas, e se devemos ou não gastarmos energia tentando contornar o problema.
Há várias formas de trabalharmos com isso: Podemos usar filtros graduados de densidade neutra. Podemos esperar alguma diferença de luz, voltando uma outra hora mais favorável. Podemos fazer duas  fotos com exposições diferentes e mescla-las digitalmente. Ou podemos trabalhar com uma técnica chamada HDR. (HDR significa High Dynamic Range, ou seja, Alto Alcance Dinâmico. O alcance dinâmico é, basicamente, a quantidade de luz de diferentes intensidades que nossa câmera consegue registrar.) Mas isso é uma outra história.

Fontes de Pesquisa:
http://digiforum.com.br/viewtopic.php?t=12523 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ansel_Adams 
http://www.sanguesuorefoto.com/2012/07/01/ssf-007-zone-system-anselm-adams/  

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